O início está no fim; no fim está o início. Assim se define o enigma deste Arcano que tem por identidade “O Louco”.
Define-se o enigma, mas não o Arcano, que é um tipo de curinga que se esconde no mistério da vida e da consciência do ser humano; um Arcano que pode surgir a qualquer momento e em qualquer posição, entre todos os Arcanos, maiores e menores.
Há quem o considere como o septuagésimo oitavo arcano. Pode não ser considerado um dos Arcanos Maiores do Tarô, mas a sua importância é inegável pelo seu simbolismo representativo neste universo.
O Louco nos joga, literalmente, no abismo existente entre o que somos e o que podemos vir a ser se desenvolvermos todos os potenciais de inteligência, consciência, valores e virtudes que possuímos ainda latentes.
Em outras palavras, o abismo do que desconhecemos de nós mesmos. Perigos estão à espreita no caminho ainda desconhecido que temos de enfrentar com muita coragem. Inseguranças e medos surgem sempre diante do desconhecido.
Não importa o que vier, o Louco se arroja pelo abismo sabendo que pode contar com seu guia interior, a sua intuição e seu instinto, e que terá proteção espiritual. O instinto o protege dos perigos reais do caminho, ativando seu mecanismo de defesa, e a intuição o guia pela escuridão do desconhecido.
O Louco sabe que seu caminho é único, que nenhum caminho alheio pode ser percorrido, pois trata-se do caminho da vida interior.
O caminho é incerto, não sabemos o que enfrentaremos, mas seja lá o que for, sempre venceremos se tivermos determinação, coragem e disciplina suficientes. Temos que aceitar o desconhecido para que se torne conhecido.
O Louco não é um tolo; ele é pura coragem.